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Mononucleose, mais conhecida como a doença do beijo

fevereiro 5

Oiii pessoal,

Carnaval chegando, e o assunto que vem a tona é a mononucleose.Também conhecida como a doença do beijo, a mononucleose costuma acometer os adolescentes, quando despertam para a vida sexual. Provoca febre, enfartamento dos gânglios do pescoço e das axilas, comprometimento do fígado e do baço, entre outros sintomas.

O vírus responsável pela doença é o Epstein-Barr, da família Herpesviridae, transmitido pela saliva contaminada num contato íntimo entre as pessoas, daí o nome doença do beijo.

O diagnóstico pode ser feito por um exame de sangue específico. Quando adultos fazem esse exame, a maioria fica sabendo que foi infectada pelo vírus e teve a doença no passado sem se dar conta de sua atividade, pois os sintomas foram confundidos com os de infecções banais comuns na infância e na adolescência. Em alguns casos, porém, os quadros são mais intensos e prolongados, a febre é alta e custa a desaparecer, o que assusta muito os pacientes e seus familiares.

É justificada a fama de doença do beijo que a mononucleose tem?

É uma fama justificada. Tendo em conta que a saliva é um dos veículos de eliminação do vírus, o beijo facilita sua transferência para a pessoa que ainda não foi infectada. Além disso, como a mononucleose tem pico de incidência entre os15 e os 25 anos, ou seja, entre adolescentes e adultos muito jovens, o beijo está diretamente implicado na transmissão do vírus pelo menos nas populações socioeconômicas mais diferenciadas.

Para o vírus ser transmitido é necessário haver contato íntimo entre as pessoas, ou ele pode ser transmitido pelas gotículas de saliva que eliminamos ao falar ou a tossir como acontece na tuberculose, por exemplo?

O vírus da mononucleose é muito sensível às condições ambientais, de maneira que permanece viável por curto intervalo de tempo, o que dificulta sua transmissão se não houver contato muito estreito entre as pessoas. Essa é a razão pela qual a doença não é vista, a não ser excepcionalmente, em condições de surto simultâneo dentro de uma família. Na maioria das vezes, ocorrem casos esporádicos, com alguns portadores transitórios em determinado meio, de tal sorte que a pessoa com mononucleose não tem notícia de outro caso no círculo em que convive.

Por que outras vias o vírus Epstein-Barr da mononucleose pode ser transmitido?

Excepcionalmente, pode ser transmitido por transfusão de sangue, e mais excepcionalmente ainda, por via transplacentária, se a gestante adquirir o vírus durante a gravidez.

Existe transmissão sexual documentada? 

Não existe. Esse vírus não faz parte da lista dos que causam as doenças sexualmente transmissíveis (DST).

Quais são os principais sintomas da mononucleose?

A febre é sintoma obrigatório da doença. O comprometimento de toda a garganta e da faringe é intenso, com formação de placas brancas e exsudato (líquido com alto teor de proteínas e leucócitos) que lembram as lesões da candidíase (sapinho) e da difteria, doença comum no passado, mas pouco frequente hoje em dia. Os gânglios linfáticos avolumam-se, particularmente os do pescoço, e a infecção também pode provocar alterações no fígado e no baço.

Característico da mononucleose, porém, é o enorme aumento do número de linfócitos no sangue e, o que é muito sugestivo, a aparência anormal que uma parcela deles adquire. São os chamados linfócitos atípicos que, detectados no hemograma realizado rotineiramente nas doenças infecciosas, valorizam a possibilidade de tratar-se de mononucleose infecciosa.

O sinal de Hoagland também é um sintoma importante na mononucleose infecciosa. Você poderia caracterizá-lo?

As pálpebras superiores ficam inchadas, a fenda palpebral diminui, o que dá ao paciente a aparência quase de um oriental, com os olhos bem fechadinhos. Esse sintoma foi descrito pelo coronel Hoagland que o identificou em recrutas militares dos Estados Unidos.

O exantema também faz parte dos quadros de mononucleose?

O exantema ocorre, talvez, em 8%, 10% dos casos. No entanto, essa taxa salta para 80%, 100%, se o paciente for erroneamente tratado com antibióticos, especialmente os do grupo da ampicilina e da amoxilina, até porque a garganta muito inflamada e a presença de exsudatos podem levar um médico menos avisado a confundir mononucleose com amidalite purulenta.

Existe perspectiva de vacina contra a mononucleose?

Não há. A obtenção da vacina é um campo que tem despertado pouco interesse nos pesquisadores.

Fonte: Drauzio Varella

 

Bom Carnaval a todoooos!! E cuidem-se!

Beijoss